UMA “TRISTEZA” NASCIDA NO ILUSTRE BAIRRO DE BOTAFOGO – RJ

Estão aproveitando o restinho da folia?

Últimos momentos para sair atrás daquele bloco e opções não faltam. Mas nada de tristeza. E agora vamos falar disso. Não queremos ninguém triste, com certeza.

Quem não cantou “tristeza, por favor vá embora”?

Seu autor é uma legítima cria de Botafogo. Niltinho, que depois incorporou a expressão a seu nome. Nilton de Souza nasceu em 1936 na rua Real Grandeza. Era do Bloco da São Clemente e depois integrou a Foliões de Botafogo. Na escola, compõe em 1963 a música Tristeza.

Em 1966, porém, devido a uma forte chuva que desabou sobre o Rio, Niltinho repagina a música, em parceria com Haroldo Lobo, na versão conhecida mundialmente com quase 600 versões, até do pianista canadense de jazz Oscar Peterson. Ganhou estilo nas vozes de Jair Rodrigues e Elis Regina, entre outros.

Houve na turma da São Clemente quem não gostasse de ver na escola rival um samba que nascera ali. Foi um sucesso no Carnaval daquele ano, na gravação de Ari Cordovil. Nas ruas, a música era cantada pelos foliões a plenos pulmões como forma de espantar o baixo astral diante da calamidade, que quase suspendeu a folia na cidade.

No vídeo, uma reportagem da TV Globo, com Niltinho, ao lado de Zé Catimba, falando sobre sambas enredo, e traz ainda outro grande sucesso seu: “liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós”, samba marcante de Imperatriz Leopoldinense. Ainda um trecho da versão com Oscar Peterson ao piano.

Niltinho morreu aos 79 anos, em 2018, em decorrência de um câncer.

Vamos espantar a tristeza e bom final de carnaval.

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